A volta da banda Azul Limão

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Conversamos com o guitarrista Marcos Dantas e o baixista Vinícius Mathias, membros fundadores da banda Azul Limão, sobre a história da banda e os planos para esta tão aguardada volta da banda.

Fanatic Media Group:  Como e quando o guitarrista Marcos Dantas e o baixista Vinícius Mathias se conheceram? Vocês vieram de alguma banda anteriormente?

Azul Limão: Marcos Dantas: Conheci o Vinicius por meio de um baterista colega meu que o indicou pra tocar comigo e uns amigos em um festival de colégio aqui no Rio de Janeiro em 1981.

Vinícius Mathias: A semi-final do referido festival, foi no auditório do colégio São Marcelo na Gávea. Foi a primeira vez em que toquei num amplificador grande e com P.A. A final foi no teatro João Caetano, com um equipamento espetacular. Foi muito bom pra mim.

FMG:  A ideia de formar uma banda como surgiu? A busca dos outros dois integrantes da época seguiram de acordo com a proposta de som que vocês desejavam?

AL: Marcos Dantas: No início os integrantes mudavam muito. Só fixamos a formação em 1983 com Rodrigo no vocal e Ricardo na bateria. Foi quando gravamos nossa primeira demo-tape “Pegasus”.

 FMG: Nos fale sobre o nome Azul Limão, como chegaram até ele e existe algum significado por trás?

AL:Vinícius Mathias: Quem sugeriu o nome foi um batera da fase embrionária do Azul Limão chamado Fábio, vulgo Bebezão. Não me lembro de outros nomes cogitados. Pra ter ficado esse, imagina os outros, nem vale a pena lembrar.

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FMG: Quais são as principais influências do som da banda e como as influências de cada um é trabalhada no processo de composição?

AL:Marco Dantas: Muito variada. Difícil de rotular mas sempre tendo o rock como ponto s Dantas:central. Em comum temos o som do rock clássico dos anos 70.

FMG: Aproveitando nos fale no processo de composição da banda, como é feito?

AZ:Marcos Dantas: Cada um chega com a ideia básica de sua música e o grupo faz o arranjo em conjunto.

FMG: A banda foi uma das grandes do gênero no Brasil nos anos 80. Como eram os shows e o público naquela época? O que você acha que mudou de lá para cá?

AZ:Vinícius Mathias: Naquela época, todo mundo tinha uma banda de Rock. Todos se conheciam, eram amigos e iam uns nos shows dos outros. Os palcos eram mais baixos, o público ficava mais próximo, o quê gerava uma maior intimidade.

Marcos Dantas: Depois do Rock n Rio, no começo de 1985, a cena tomou proporções maiores. Fizemos muitos shows lotados no Circo Voador aqui no Rio de Janeiro e começamos a tocar fora do estado.

FMG: Nestes anos todos de existência a banda com certeza passou por várias situações um tanto engraçadas como algumas desagradáveis. Nos conte uma história de cada.

AL:Vinícius Mathias: Certa vez, fomos tocar num bar chamado “Bar do Violeiro”, vê se pode! Na passagem de som tocamos “Time” do Pink Floyd. Quando começou o show, a gerente, que era uma anãzinha, ficou horrorizada com o público e com o volume no qual a banda tocava. Ficou torrando o saco pra abaixar depois de cada música. Uma hora o Marcos se encheu e disse “Não é o som que é alto, você é que é muito baixinha”. Daí a mulher chamou a polícia, que só chegou depois de terminado o show.

FMG: O álbum Vingança foi um marco do Heavy Metal nacional quando lançado, nos conte sobre este álbum e como você vê hoje a importância dele para o gênero aqui no Brasil?

AL:Marcos Dantas: Foi um disco gravado com muita paixão e energia pois já tocávamos bastante as músicas do álbum nos shows desde 1984 e algumas desde 1983! E também a qualidade sonora é muito boa para a época pois já tínhamos bons instrumentos e sabíamos como gravar heavy metal e o Leco, técnico de som do estúdio Master, foi ótimo. Sou muito orgulhoso deste disco!

Vinícius Mathias: As condições do estúdio eram ótimas. Tinha a limitação pelo número reduzido de canais, mas já teve gente que gravou com muito menos e isso não matou ninguém. O Leco foi extremamente competente e deu a maior força pra gente.

FMG: A banda mesmo em sua inatividade lançou as compilações Pegasus, The Tapes I; Amazona, The Tapes II e o ao vivo Regras do Jogo. Conte-nos como se deram estes lançamentos e qual  importância deles em um momento inativo da banda?

AL:Marcos Dantas: No começo, quando o selo Dies Irae me propôs fazer estes álbuns fiquei muito resistente, pois a maioria das gravações eram de fita cassete e não tinham boa qualidade. No entanto, Carlos Punk me convenceu que aquelas músicas, inéditas em LP, nunca teriam um registro e esta era uma boa oportunidade de colocá-las em um álbum. Então concordei. Não imaginava que em 2010 gravaríamos estas músicas em estúdio com a formação original no álbum “Regras do Jogo” que foi lançado em 2013. Se soubesse do futuro não teria autorizado, mas valeu pelo registro histórico da banda. Já o álbum “Regras do Jogo” foi muito importante pois resgatou, com boas gravações, várias músicas que tocávamos ao vivo e não entraram nos álbuns lançados nos anos 80.

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FMG: Gostaria de você nos falasse sobre uma música em especial, “Entrada no Harém”. Qual a história desta música e ela foi criada para ser uma suíte progressiva da banda?

AL:Marcos DantasEla era tocada muito nos shows de início da banda e sempre com muitos improvisos. Nestes shows que fazemos eventualmente depois da banda ter encerrado as atividades me lembro de termos tocado ela em um show no antigo ‘Garage’ no Rio. Também no improviso no meio do solo de ‘O Grito’ as vezes coloco Noite no Deserto para dar uma ‘viajada’ no som. A inspiração para esta faixa veio da minha convivência com um vizinho iugoslavo que era baixista e fazíamos algumas jams. Ele me mostrou várias bandas iugoslavas e uma delas, a ‘SMAK’, tinha uma música ‘Ulazak u harem’ que eu ficava ouvindo direto. Também queria fazer algo como aquelas partes viajantes do ‘LED ZEPPELIN’ e do ‘RUSH’, então fui criando minha ‘Entrada no Harém’ misturando tudo isto. Quando começamos a tocar em festivais de colégios e ensaiar na casa do Vinícius em 1981, tocávamos muitas músicas instrumentais porque não conseguíamos um bom vocalista. Quando Rodrigo entrou na banda em 1983 mantivemos algumas músicas instrumentais no repertório até compormos mais músicas com vocal.

FMG: A banda está de volta com 2 integrantes de sua outra banda Metalmorphose, como foi a decisão de voltar com esta formação?

AL:Marcos Dantas: A ideia surgiu após a pausa do Metalmorphose. Foi tudo muito rápido! Nós três (eu, Trevas e Delacroix) queríamos continuar fazendo shows e ainda há muito interesse nas músicas do Azul Limão. Então foi tudo muito natural!

FMG: O que de novo os novos integrantes, Renato Trevas nos vocais e André Delacroix na bateria, contribuíram com o som da banda?

AL:Marcos Dantas: Com seus talentos individuais e com novas composições.

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FMG: Quais os planos da banda daqui pra frente?

AL:Marcos Dantas: Shows. Muitos shows! Mesclando músicas novas com os clássicos da banda

FMG: Gostaria de deixassem uma mensagem aos fãs da banda e aos leitores do Fanatic Media Group.

AL: Marcos Dantas: Heavy Metal é muito legal e quando é cantado em português sentimos que também é nosso!

Por: André Bona

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Um comentário em “A volta da banda Azul Limão

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  1. Azul Limão eu estarei esperando por vocês no Rio de Janeiro abrindo para o Dr. Sin. Vocês são incríveis e importantíssimo para a nova onda do heavy metal brasileiro

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