Tivemos uma conversa de botequim com Fábio Vianna, mais conhecido como Biofá do canal Alta Fidelidade.

Fanatic Media Group: Para começarmos, você precisa jurar dizer a verdade e tão somente a verdade, mesmo que esta deponha contra a sua imagem, jura? rs

Biofá: Jamais!

FMG: Qual sua primeira lembrança musical da infância?

Bio: Rita Lee na Globo, seguida de muitas audições do disco dela de 1980. Tinha 2 anos e era apaixonado por ela.

FMG: Como foi o seu aprendizado musical assim que você começou a ouvir música? Onde buscava as informações, conhecia os LPs,…?

Bio: Meu irmão, meu pai e rádio. As rádios do Rio nos anos 80 eram excelentes e me davam acesso a uma infinidade de coisas, do techno pop ao heavy metal. Esta tendência era aprofundada nos discos do meu irmão, que comprava tudo que era lançado. Meu pai era mais um oráculo dos anos 60/70 e me foi muito útil um pouco mais tarde, quando comecei a tocar e me interessei pelos grandes mestres da guitarra.

FMG: O que te levou a se interessar pela guitarra? Algum momento, LP ou artista em especial?

Bio: Essa eu respondo sem pestanejar. O clipe de “Jump” do Van Halen, que meu irmão gravou em VHS e víamos diariamente, muito, mas muito antes da MTV, circa 1984, provavelmente. Eu tinha 6 anos e ali eu sei que foi plantada a primeira semente.

FMG: Você já fez parte de bandas? Quais?

Bio: Um monte delas, a maioria sem nome. Todas de covers de rock, com exceção de uma, que tinha uma onda meio regional rock. Fui expulso desta banda por falta de dedicação, uma vez que era mais encontrado na praia do que nos ensaios…

FMG: Que outros instrumentos você toca e em que momento aprendeu?

Bio: Toco de verdade, guitarra, violão e baixo. Brinco na bateria e tenho um certo entendimento de como funciona um piano. Sou autodidata em todos esses, mas li e estudei muito as revistas americanas de guitarra, como “Guitar World”, “Guitar for the Practicing Musician” e “Guitar Player”. Elas foram uma verdadeira escola pra mim. Tenho um grande amigo chamado Marcelão de Sá, que além de grande músico, é excelente professor e aprendi muito com ele ao longo dos anos, vendo-o tocar e perguntando sobre tudo o que ele fazia na guitarra.

FMG: Você lançou a um tempo seu primeiro álbum solo de forma digital. Como surgiu a ideia, são suas primeiras composições e como foi o processo de gravação?

Bio: A ideia surgiu depois de perceber que nos dias de hoje é possível fazer do seu quarto um estúdio de gravação, com custo quase zero. Eu nunca havia composto de verdade, mas sempre tive ideias musicais que nunca botava em prática. Dessa vez, ao perceber que não precisava mais arrebanhar uma banda, a realização me pareceu algo muito possível e com controle total sobre tudo, algo que me atrai muito, pq sou um pouco “control freak” e quase sempre sei exatamente o que quero.

FMG: Quais foram as principais influências deste trabalho?

Bio: Tudo o que ouvi ao longo da minha vida. Não me baseei em ninguém em especial.

FMG: O nome Pillbox Hat foi tirado de uma música do Dylan, algum motivo em especial?

Bio: Não, não foi tirado de uma música do Dylan. Foi tirado do chapéu que a Jackie Kennedy usava no dia do assassinato do JFK. Não me pergunte o porquê, mas andei obcecado com este tema na época da gravação do disco.

FMG: Existe planos de shows para este álbum ou até a gravação de um novo trabalho?

Bio: Shows, por enquanto nada… Disco novo tá super sendo planejado e composto. A execução ainda vai demorar um pouco, mas posso garantir que esse sim vai ser um DISCARALHAÇO!

FMG: Você no quadro “Conversa de Botequim” no Canal de Youtube Alta Fidelidade, apresenta um lado crítico nos seus comentários. A que ponto este seu lado crítico influenciou o Pillbox Hat?

Bio: Talvez no sentido de que se uma ideia não me é 100% atraente e de qualidade inquestionável, eu não a uso. Eu basicamente tento evitar tudo o que vejo de errado na música dos outros. Claro que isso é subjetivo e o que eu enxergo como fraco pode e deve ser muito atraente pra quem o fez…

FMG: Falando no canal Alta Fidelidade, nos conte como foi receber o convite para criar o quadro ” Conversa de Botequim” e se você aceitou logo de imediato?

Bio: O Luiz me contou que pretendia fazer esse quadro comigo e perguntou se eu topava. Eu disse “sim” sem pensar 2 vezes. Foi simples assim!

FMG: E como foi você, um advogado, virar uma pessoa pública e conhecido por comentar música? És muito reconhecido nos lugares que frequenta?

Bio: Foi uma loucura, jamais imaginei que isso iria acontecer nessa altura da minha vida. Esta é uma dívida que eu sempre terei com o Luiz, ele me deu uma chance de me reinventar! Agora, devo dizer que aquilo que nós fazemos no “Conversa de Botequim” nada mais é do que algo que fiz a minha vida inteira: discutir música com meus amigos. A única diferença real é que agora tem uma câmera ali nos filmando.
Quanto a ser reconhecido, acontece esporadicamente e sempre é surpreendente e gratificante. O fã de música é especial, sempre tem algo interessante a dizer, não é aquela coisa que deve acontecer com ator da Globo, que é parado na rua por pessoas aleatórias que nem sabem por que estão pedindo pra tirar uma foto, hahaha.

FMG: Qual o show que você já foi e que foi sua maior decepção e qual não esperava tanto e te surpreendeu na hora?

Bio: Maior decepção: RHCP no Rock in Rio III. Som horroroso, baixo e banda sem inspiração. Eu amo o John Frusciante e foi muito triste não vê-lo com vontade de tocar de verdade. O show deles de 93 no Hollywood Rock, em contrapartida, foi um dos melhores que vi na vida.

Surpresa positiva: Kid Abelha no Rock in Rio III (sem sacanagem).

FMG: Agora, qual banda você amava e te decepcionou a ponto de você não querer nem mais saber dela?

Bio: Weezer. Idolatro os 2 primeiros discos. À partir do 3o album eles começaram a fazer música pra criança, só pode. Não tenho qualquer interesse na banda hj em dia e sempre que ouço de relance alguma música nova, me dá vergonha alheia.

FMG: Para terminar, qual álbum você recomendaria hoje, mas que você conheceu faz pouco tempo?

Bio: Wild Nothing – Indigo. Obra prima do pop oitentista em pleno 2018.

FMG: Deixe uma mensagem para o público do site.

Bio: Obrigado pelo espaço e pelo interesse! Vem muito mais por aí e espero levar meus projetos musicais pra frente e tocar ao vivo pra todo mundo que quiser ouvir!
Um abração.

Por: André Bona

Deixe um comentário

Acima ↑